Se arrumou rapidamente, colocou roupas leves pra aguentar o calor, prendeu o cabelo cantarolando uma pequena canção sobre garotas de cabelo preso e, finalmente, saiu de casa com uma bolsa preta, bem grande.
Já nas escadarias do hotel quase deu de cara com um moço e até pediu desculpas, mas pouco depois percebeu que foi inútil esse gesto. Ele era um misto de laranja com vermelho e vapor. Cheirava bem, agradava aos olhos, sorria com delicadeza e a olhava por dentro da alma. Para Tássia era apenas uma miragem e ficou observando aqueles olhos por muito, muito tempo, até acordar do transe ocasionado pelo vapor colorido.
Se recompôs e desceu as escadas. Entrou no carro, ligou uma música doída e dirigiu. Dessa vez não para longe, mas para perto. É só pegar aquele estradinha ó, que começa no fim dessa avenida, logo à esquerda você vai ver um prédio verde, pode entrar que é ali!
Carro estacionado, música desligada, coração abalado, óculos de sol no rosto. Quem não vê cara não vê nada. Subiu uns morrinhos aqui, outros ali... que lugar enorme!
Quando achou o que tanto procurava, não tinha certeza se era isso que queria. Afinal, idealizar demais não faz bem, você acaba esquecendo dos defeitos, que sempre estarão acompanhando qualquer ser.