sábado, novembro 27

Sono II

Com as mesmas características do Sono original, mas dessa vez acrescenta-se a palavra "ronco" em algum cantinho, certo de que essa particularidade é benéfica, nunca maléfica.
Domingão a tarde, criançada brincando e maridão roncando no sofá. Benéfico.

domingo, novembro 14

Uma vez me disseram que o feijão e o arroz só se encontram de passagem, depois de abandonar a embalagem, embora sejam a perfeita combinação.
Eu entendi que, como um prato saudável que é, não haveria problema se quando se encontrassem, mesmo que pouco, fizessem efeito sobre um determinado organismo até então uno.
Os pratos vieram e provaram o contrário. Feijão e arroz não servem se forem pra ser consumidos separadamente na maior parte do tempo. Todo dia é a necessidade do prato. Daí a anemia causada pela falta, culminando na morte.
E eu nem sou nutricionista pra saber. Sou doutora da alma, do amor.

sábado, novembro 13

Sono

Agora ele está assim: imóvel, sereno. Respira com tranquilidade, numa expressão que traz paz pra mim.
E eu, ainda boba, me acalmo aos poucos, sinto a energia positiva que ele emana, saindo do meu lado e contagiando todo o ambiente com um cheiro familiar, me lembra maçã.
Ambiente esse precário de um ponto de vista material, coisa que pra nós não chega a ser importante, de material basta nossos corpos. Do resto temos o mundo, o lado bom dele, com todos os amores, as alegrias e lealdades possíveis. Temos o mundo!
Me perco pensando nesse mundo. Fico horas assim: o mundo e ele.
E quando acordo do transe da macieira, observo-o por mais um pouco. Inconscientemente ele está nesse êxtase, nossa sintonia nos levou até lá e esqueceu de ir buscar.
Obrigada, sintonia, o transe virou realidade.

segunda-feira, novembro 1

As vezes eu to jogando paciência - é, aquele joguinho do windows mesmo - e entre uma derrota e outra, entre uma música e outra, resolvo olhar pro nada e pensar.
Minha vida sempre foi uma paciência.
As vezes as cartas viram numa sequência e eu as resolvo com uma facilidade, que até me ilude, me faz pensar que estou no caminho correto, que devo seguir adiante.
Mas aí as coisas se complicam e não acho mais encaixe pras cartas que vão aparecendo. Me complico.
Dou voltas, desfaço o que dá, modifico o possível, mas não. Não.
"não ha mais movimentos possíveis, o que deseja fazer?" E seguem as opções.
A única diferença é que quando o negócio é pra valer, não tem aquela opção "novo jogo"
E aí você me ve perdida no meu caos. Tento embaralhar minhas cartas de novo e começar uma nova rodada. Mudo o baralho, mudo a mim mesma. Acredito nessa mudança mas vem de novo a sequência maldita que me faz perder. E vejo que mudar a mim mesma não é o caminho, não há caminho. Posso me modificar inteira, continuarei com as minhas partico-ridicularidades que me acompanham desde o começo de tudo, desde a escolha do baralho, do jogo.
Ânimo menina, ainda há dois terços de derrotas pra te ensinarem alguma coisa, cabe a você absorvê-las ou não.
Espero que elas realmente me ensinem a chegar a vitória.