sábado, outubro 31

você não ouviu meu grito de socorro?
não conseguiu ver por dentro
como, outrora, conseguia fazer tão bem?
não.

segunda-feira, outubro 19

dói
e se eu me encolher
não dói menos

me despi do meu ceticismo
pra tentar amenizar
mas não da muito certo
quando insistem em machucar

mascarei minha angústia
me acostumei com a sua presença
vou pegar essa solidão e dançar
pelo menos pra essa valsa
eu sempre terei um par

a falta, a saudade
o choro escondido
a antiga lealdade
tudo se mistura
nesse não-sei-o-que infinito

preferia mais quando a mistura era a gente
num quarto anormal
naquela cama quente
toque, suor, saliva e pele
e aquela loucura
as vezes densa, as vezes leve

vivo o meu agora de espera
nada melhor pra curar uma angústia
do que novas mazelas
que o vento
vez ou outra
com ou sem demora
sem aviso prévio
joga pela minha janela

terça-feira, outubro 6

no melhor jeito chulo

Termina o miojão
e manda logo um ministão
Qual é a necessidade de se auto-destruir?
Qual é a urgência implícita nesse ferir?
Foram diversas fases
Em que a destruição invade
Cada uma na sua intensidade
Meio que depende da idade
Contexto, momento
É parte de um conjunto
A peça colorida
Da minha roupa em branco e preto

terça-feira, abril 7

ainda vou vomitar na sua cabeça

Vai!
Fica bravo
E vira um puto!
Fica com raiva
E desconta em tudo!
Não será o primeiro
Muito menos o último
Teu ódio vai chegar
E pra mim partir
Em um segundo

Sentimento ruim
Pra mim
Não é nenhuma novidade
Eu misturo tudo
E jogo na conta da ansiedade

Porque se nem eu sei
O que se passa aqui dentro
Não venha tentar me decifrar
E colocar nome no meu tormento
Distancie assim como todos
Não adianta se aproximar
Vai ser só mais um
Que a minha falsidade vai derrotar!