terça-feira, agosto 14

sobre o que eu não sei o que é

Me desculpe se sou um pouco evasiva
É que, na verdade, estou sempre atrasada
Meus pensamentos, voando a mil,
Me distanciam e me fazem perder a hora
Acaba que fico sempre na correria

Correria sem fim
Correndo de mim
Desatando meus nós
Procurando nós dois
Achando-nos no depois
Pro agora eu deixo meu eu

E, como sempre constatei,
Te digo agora, repetindo meu antes:
Só sei cuidar do futuro
Porque pro meu presente
Só reservo passos errantes.

a sexta vez que eu te vi

Pesadamente entorpecida, eu apenas implorava uma única chance sabendo que minha ebriedade te impedia de ver sentido em minhas palavras. Mas no fundo eu sabia que se me desse ouvidos descobriria que valeria a pena.

quinta-feira, agosto 9

pólos astrais, tão opostos que me confundem

eu prometo me deixar embriagar e
se você quiser, posso até fazer embriagar
prometo meu eu, se deixar que exista um nosso
mas,
o problema em prometer tanto,
é que meu signo me confunde as palavras
e estas me confundem por dentro.
nunca fui boa com elas.
e se um dia eu te quis,
por uma fração de segundo
- embora que insana -
posso não te querer mais.
então eu quero e não quero
te quero e não me quero.
nos permito e me proíbo
proíbo e permito
proibir e permitir
dicotomia
digo que te comia
mas no fundo, só tragava
ou bebia
ou cheirava
ou amava
ou apaixonava
eu não sei bem qual é a diferença.

e eu nunca descubro!

treze minutos e eu descubro que minha mente apaga tudo o que é importante pra mim
treze minutos e eu descubro que minha mente apaga tudo o que é importante
treze minutos e eu descubro que minha mente mente sobre o que é importante
treze minutos e eu descubro que minha mente pra mim é inexistente
treze minutos e eu descubro.
ou não.

segunda-feira, agosto 6

interrompência

Carência, doença, demência!
O que cura a solidão?
Carinho, abraço, amasso?

Me seguro e me mantenho,
Me perco e me estrago

Um trago, um gole, um cheiro
E fica tudo bem, até que me acordem num bueiro!

E nessa valsa degradante,
Procuro o meu eu de antes
Vai ver está perdido por aí
Onde carinhos e tragos,
goles e abraços,
cheiros e amassos não podem chegar.