sexta-feira, novembro 27

Como Sempre E Pela Última Vez.

Hoje eu me levantei as 6h 10, como sempre. Fui ao banheiro, me despi com indiferença e tomei banho, como sempre. Fui para o quarto me vestir e, como sempre, não achei minha calça logo de primeira. Tomei meu café exatamente as 6h 40, como sempre, e então coloquei os sapatos. Escovei o cabelo, os dentes, peguei a bolsa, a câmera, o caderno e, como sempre, sai. Fui para o ponto de ônibus onde o motorista ja me esperava porque, como sempre, ele sabia que eu estaria chegando. Desci as escadas do ônibus e segui em direção a escola e, como sempre, entrei. Como sempre, mas pela última vez.
Entrei naquela sala, fui em direção à penúltima carteira e lá fiquei. O sinal bateu e, como sempre, fui para fora. Cantei, como sempre e pela última vez, ao som do violão a canção mais clichê, sentada no pátio. Joguei truco, fotografei, filmei, ri. Como sempre e pela última vez. Cochilei na carteira, como sempre, mas não dormi porque era a última vez.
O gosto da escola eu não sinto mais. Esse eu senti pela última vez. E, como sempre, estará guardado num lugar remoto, junto às boas recordações, as recordações fiéis.
E lá ficará. Trancado, com o título:"Nos meus tempos de ensino médio."
Oi, nova fase.

segunda-feira, novembro 23

Uma Passagem

Uma rua movimentada, um casal e dois repórteres.
- Estamos entrevistando vestibulandos para falar sobre a prova da unesp, vocês podem nos contar o que acharam da prova de ontem?
- Não. - responde seco o mocinho sem nem dar chance à namorada.
Continuam andando e entram em uma loja muito bonita de vestidos, onde a moça com expressões tristes e que há pouco estava de mãos dadas com um babaca experimenta vestidos de festa com muito gosto. Ela ignora a insatisfação no rosto do parceiro, que está sentado em uma cadeira afastada, longe dos olhos dela.
A vendedora, ruiva de olhos verdes e feição amável, a trata muito bem, enquanto atende também um garoto - ou um moço? - com um brilho no olhar tão... encantador!
A garota - ou moça? - o vê pelo reflexo do espelho.
"Como eu queria estar com ao seu lado!"

sexta-feira, novembro 13

Ta ficando tão chato que até minhas músicas me irritam.
Isso seria uma revolução?
É que até então, música era o meu santo remédio, amém.
Eu, hein...
Esses meus modos, essas minhas cismas, esses meus vícios...
Todos eles me dizem pra continuar sendo assim, já que não vai mudar mesmo.
E as pessoas também não vão mudar, meu bem, nem se iluda. Elas são sempre as últimas a colaborar.
Aceito isso ou vivo o dilema. O meu dilema.
É tão particular, eu gosto. Só eu entendo, só eu sinto. Mas não depende exclusivamente de mim para resolvê-lo.
E daí? É meu, eu que me vire. Ta aqui dentro, bem guardado, num lugar de difícil acesso, onde poucas - ou até nenhuma - pessoas conseguiram chegar.
E assim eu me contento, tô segura. Vivo na ilusão por mais um tempo. Tempo suficiente para curar e sangrar de novo.
Ok, ta ficando complicado demais até pro cérebro que inventou isso entender.
Então paramos por aqui.
Até o próximo sangramento.

quinta-feira, novembro 12

Por fora um doce. Um sorriso calmo, uma aparente felicidade.
Por dentro uma corrosão sem tamanho. Um breu.
Se quiser entender a complexidade do ser, tente primeiro penetrar no escudo.
Taí o pior problema.

quarta-feira, novembro 4

Uma vez uma pessoa importante me disse que ninguém tiraria minha felicidade.
Tenho altos e baixos, mas ela estava certa.

domingo, novembro 1

escolhida, por unanimidade, a maior saudade já sentida.