- UDR pra distrair o ambiente ou o gato para comer a hóstia?
Gato preso, rádio desligado, crença salva.
- O, minha filha, você que foi tão religiosa, não quer se juntar a nós?
E então temos um grupo de três: duas senhoras respeitadas e de boa índole e eu, a herege. Herege disfarçada, pelo bem universal de alguns cômodos.
Se não fosse o incrível bom humor, lhes escreveria como uma tragédia, não como comédia. Bendito bom humor, salvou os míseros leitores dessa página de um texto trágico, mas quase me entregou perante o Divino Espírito Santo.
- Dê metade da minha hóstia pra ela!
- Ahnnn... Obrigada, não estou em jejum!
- Mas isso não é empecilho!
Sobre o empecilho, reflito. Há tempos fui uma menina esforçada, dedicando horas à uma pessoa que nem sei se existe. Não jantava com medo do inferno e agora me dizem que não tem importância? Obrigada, padre, por amedrontar uma menininha de 10 anos.
E então a cena se conclui: pegando sua bolsinha, a simpática senhora me abraça e se despede, me garantindo que vai rezar muito por mim, para que Deus me dê um bom futuro.
Mas pelo que eu saiba, o único responsável pelo meu bom - ou não - futuro, sou eu. Só que isso não se fala, é crime não acreditar no possível criador.
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