sábado, abril 11

Dois.

Ela havia desistido, isso já era fato. E como o destino gosta de brincar com os nossos sentimentos, não é? De novo ele interveio, mudando todos os planos e certezas.
O verão ja tinha acabado, trazendo os ventos frios e algumas recordações, essas que têm sido úteis, Ela não quer repetir os mesmos erros, de novo, não. Dessa vez era pra acertar, talvez isso que causasse mais medo, ela estava cansada de errar.
Sentada no vão entre sua cama e seu armário, pensava em mil maneiras de resolver esse impasse. Ela não tinha certeza do que sentia, era um misto, nada definido e a cada pensamento novo, ficava mais irritada em não saber o que fazer.
O maior problema é que Ele se mostrava interessado, mas havia um ser desprezível que o chamava de "amor" pelo menos três vezes a cada minuto, e que exalava um misturado de perfume, cigarro e gloss de morango.
"Mas que merda, até quando isso?"
Ela tinha duas semanas para decidir entre ir para outro país com a sua mãe, ou ficar morando com o pai. A separação não tinha sido dolorosa, seus pais estavam melhor separados, o clima estava amigável até sua mãe decidir mudar. Por que mudar? Estava bom assim, Ela tinha os dois pertinho, não morria de saudades nem de um e nem de outro. Viviam bem assim. Por quê?
Mas questionar não iria adiantar, pior ainda, só faria o tempo passar mais rápido, apenas duas semanas para mudar um destino inteiro. "Talvez seja melhor se eu fosse com a Mãe. Pessoas novas, lugares novos, costumes novos, ares novos... e a língua não é diferente".
Decisão tomada, malas feitas. Dois dias antes da viagem, o telefone toca e alguém do outro lado da linha, pede para ter uma conversa com Ela. Era Ele, e trazia novas notícias.

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