sexta-feira, outubro 11

leia com o coração. e despoje-se do conceito limitado de amor

o amor vem em ondas
segue alguns fluxos
e pousa por aí.
as vezes pousa no singular
as vezes, no plural
não existe número pra quem sabe amar!
as vezes, o amor encontra um reflexo
e nele insiste
vive intensamente
até que embarca em novas ondas, novos fluxos
e se esvai, novamente, por aí.
o amor é dança
o amor é arte
e se eu quiser rimar,
posso falar que "sofrer faz parte"
mas e quando nem reflexo existe?
ele sonha, idealiza, devaneia
sobrevive por gestos e olhares
que nem sempre, como me disseram, são suficientemente claros
mas continua nutrido
sofrido
esperando o momento de ser vivido
e nesse ponto, entra minha louca consciência
aquele meu eu, lá no fundo
me mostrando que amores não deixam de ser amores
por não serem vividos
amores sempre serão amores
e eles são livres! (e sobre isso ainda quero divagar)
vêm em ondas, seguem os fluxos
e novamente pousam
mas eu, na minha ínfima posição de amante iniciante,
consegui extrair a dor que aqui habitava
sem rima, sem nexo
sem nem o beijo que eu esperava
mas é que é assim mesmo
com amores ou com poesia:
nem sempre há nexo
nem sempre há rima
nem sempre se dá como desejava
nem sempre acalenta como se precisava
mas se expressou, existiu, emocionou
e, assim, encontrou a validade que eu necessitava.

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