quarta-feira, setembro 5

ha muito voou e me deixou a poesia

Falo agora de uma presença que nunca o foi de fato.
Num abstrato que posso chamar de alucinação,
Veio confundir-me o coração
E bagunçar o pouco que eu já havia arrumado.

Chegou assim, tão perdido
Quanto eu estava, estive e estou
E constituiu o que eu tenho sentido
Ou que senti, ou que sentirei, ou o que nem brotou.

Eu pude até pensar em me deixar levar
Mas os obstáculos vieram me frear
Será que é hora de parar?

Logo vi
Que tudo o senti
De mim foi levado
O rosto rosado
O beijo adocicado
O carinho eternizado

Agora eu fico a pensar
Se esse sentimento de fato existiu
Ou se foi mais uma invenção maluca

Afinal não há nada além deste frio
Que de você não me lembra nada
E o esforço de tentar me machuca
E me faz pensar em atos tardios

Que de fato não me valem nada
Se pelo continente você se foi
E eu fico aqui, estagnada
Pensando no que poderia ter sido
Se você simplesmente tivesse se permitido.

Nenhum comentário: